Promiscuidades
Foram-se todos os momentos de entrega pura e sentimental.
Foram os vestígios do meu toque como quem toca com ternura.
Foram as sedentas noites daquilo a que chamei de amor.
Foram os encontros gastos pelos corpos vazios.
Foram os suspiros, as sensibilidades, os gemidos que faziam doer a alma.
Foram as saudades, a nostalgia, o sonho do reencontro.
Foram simplesmente... E fizeram renascer um novo “eu”!
Ergueu-se sobre mim o desejo carnal, aquela tentação que não vou mais abafar ou encobrir entre as calças.
Ergueu-se o sangue fervente em minhas veias,
O animal mais animal que há em mim...
Ergueu-se a anarquia, a ausência de sentimentos,
A procura do prazer, do tesão...
Ergueu-se a predadora adormecida, a bela e perigosa que agora é abutre também!
Ergueu-se o meu corpo nu sobre todas as coisas e parto nesta luta de atingir a
Animalidade plena: de ser bichinho para mim e em mim... de ser bichinho insaciado, bichinho sedento e esfomeado, bichinho carnívoro e inconformado.
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